quinta-feira, 23 de agosto de 2007

A volta, a rave e a academia

Depois de alguns dias deixando o blog entregue às moscas, eis que retorno, com “novidades” bem velhinhas, já que grande parte das coisas que vou escrever já contei para vários através do msn. Mas como o número de pessoas que lêem esse blog é muitíssimo maior que aqueles que estão adicionados no meu msn (uau!), vamos a elas.

Dando sequência ao título, falemos primeiro da rave!

Como sabem, estava um tanto entediado de estar nessa cidade pacata do interior do Paraná: três lugares pra sair, com as mesmas músicas para ouvir e as mesmas pessoas para encontrar… Já não tinha estímulo algum pra ver o “mais do mesmo” da balada mais que repetitiva daqui. Suspeito saber toda a sequência de músicas que toca na boate. Se faltar uma, ou se uma delas vier na sequência trocada, podem ter certeza: o dj estava distraído!

Foi quando num belo dia de sábado (ou sexta?), um amigo me chamou pra ir numa rave que aconteceria no sábado a noite. Meu deus: milagres acontecem! Com um sorriso nos lábios e uma esperança em um mundo melhor, disse com todas as letras que já estava prontíssimo para tal evento, onde, quem sabe, encontraria pessoas mais interessantes, descoladas, que curtiam as mesmas coisas que eu, e eu enfim, sairia da maré de tédio. Além do mais, deve lotar. Nunca acontece nada, então…

Passei a tarde ouvindo o cd com músicas de Offer Nissin (adoro!) que o Mindu me deu, entrando no espírito “Woodstockiano” que podia encontrar naquela rave que mistura música eletrônica com essa coisa kitsch de “Viva a natureza!”.

Meia-noite, pego o táxi e chego lá; meu amigo já estava me esperando com outros mais amigos seus. Muitos carros do lado de fora e uma expectativa eufórica de uma noite bacana. Foi quando – a la Marx – o que era sólido, se desmanchou no ar. E o que era sonho, virou uma brincadeira de mau gosto.

Exageros dramáticos à parte, a rave era uma ravezinha mal sucedida: pouca gente, um visual feio e um povo bem trash: uma mistura de dois mundos que, a princípio, não poderiam se tocar nunca; aquela da música eletrônica e seu ethos de urbanidade e gente transada (o que muitas vezes não corresponde também!), com o universo caipira, gauchesco e l-e-i-t-e-q-u-e-n-t-e-s-c-o de ser e de viver… Ok, vocês já perceberam meu tom preconceituoso, né? Juro que estou tentando trabalhar isso em mim. Mas vamos e venhamos: é difícil!

O “dj” tinha o seu equipamento (mixers, processadores, toca-discos) montado entre (pasmem!) dois carros, dos quais, acoplados a duas caixas de som potentes, fazia a trilha sonora da festa. Imaginem: sabe aquele povo mal educado que adora abrir a porta do carro e pôr o som na maior altura pra dizer que chegou? Era uma coisa dessa, com música eletrônica e com um dj a bordo.

Naquele sítio enorme, lá estava a “pista de dança” com refletores, iluminadores, ora azuis, ora vermelhos, fazendo a decoração do ambiente. Lindo de morrer! Tava uma verdadeira boate a céu aberto. Detalhe, não queria ser grosseiro e deselegante com meu amigo (que por sinal é lindo!) que tinha me convidado. Ele estava adorando…

Uma cervinha ali, outra acolá, quando tudo se misturou: sabe aqueles grupos de forró que tocam “Imagine” (esse clááááááááássico da paz por um mundo melhor!); misturam coisas que nunca poderiam ser misturadas? Foi o que rolou! A música gauchesca e sertaneja começou a ser tocada em ritmo, ora de funk, ora de música eletrônica.

Daí não aguentei e fui respirar um pouco de ar do lado de fora. Eu disse: posso sair e voltar logo? E o povo da entrada: claro! Pegou meu braço rapidamente e em dois segundos eu estava carimbado. Podem rir, podem rir. Quem rir por ultimo rir melhor, viu? Passei dois dias com a marca daquele carimbão no braço. Consolo? Era até romântico olhar praquela coisa roxa e lembrar das festas de adolescência no interior do nordeste. Ai ai...

Quinze minutos depois, voltei, encontrei o pessoal e disse que estava indo. Eles já tinham percebido a furada também. Saímos todos. É mole?

Entre mortos e feridos, uma das coisas boas dessa noite foi o fato deu ter encontrado o meu instrutor de academia – que na maior coincidência, é amigo desse meu amigo. Ops, fala de novo, repete agora: academia? E não é? Tomei vergonha na cara e entrei numa academia. Já estou na terceira semana e para minha surpresa estou adorando.

Nunca fui muito de atividade física. Eu era a expressão da separação clássica entre mente e corpo, proposta por Descartes (risos); entre corpo e alma, proposto por alguns filósofos gregos (mais risos); entre trabalho braçal e trabalho intelectual, proposto por Marx (muitos risos). E como devem imaginar, sempre privilegiei mais a mente. Uma estupidez completa de minha parte, porque uma coisa não exclui a outra. Na verdade eu era um tremendo preguiçoso e sedentário! E antes que eu virasse um cabeção por isso, achei prudente trabalhar e fortalecer o corpinho também (morrendo de rir).

Foi assim que, certo dia, percebendo que já não poderia mais continuar desta forma, fui a uma academia próxima a minha casa e decidi entrar. Estou indo todos os dias e adorando: belos estímulos por todos os lados, inclusive, o instrutor que, sei não viu, acho que curte (ah moleque!).

Hoje já estou mais acostumado, mas no início a coisa era punk! Doía o corpo todo… E as músicas que tocam são a cara da The Week… Não tem como esquecer de vocês!

Bom, tinha mais um assunto pra escrever, mas esse, eu vou deixar para o próximo post. Este de retomada já está de bom tamanho. E apesar do tempo escasso, digamos que voltei a ativa! Beijão pra todos aqueles que sentiram falta, produziram um abaixo-assinado e pronunciaram-se em cadeia nacional solicitando minha volta. Tô nojento hoje, né? É carinho povo, é carinho. Tava era com saudade de todo mundo.

Beijão procês. ;)

domingo, 5 de agosto de 2007

Raining in paradise

Porque estou sem novas; porque estou sem criatividade; porque eu adoro Manu Chao; e porque adoro as coisas que ele canta. Pra vocês, seu novo single... Para ser um grilo falante nesse mundo que precisa mudar. Beijão procês. ;)

Welcome to paradise
Today it's raining
Today It's raining

In Zaire, Was no good place to be
Free world go crazy, it’s an atrocity

In Congo, Still no good place to be
They killed Mibali, it’s a calamity

Go Maasai go Maasai be mellow, Go Maasai
Go Maasai be sharp

In Monrovia, this no good place to be
Weapon go crazy, it’s an atrocity

In Palestina, too much hypocricy
This world go crazy, it's no fatality

Go Maasai go Maasai be mellow, Go Maasai
Go Maasai be sharp

Today it’s raining
Today it’s raining

In Baghdad, it's no democracy
That’s just because, it’s a US Country

In Fallujah, too much calamity
This world go crazy, it's no fatality

Go Maasai go Maasai be mellow, Go Maasai
Go Maasai be sharp

Today it’s raining

In Jerusalem, in Monrovia, Guinea-Bissau
Welcome to paradise, Come to the fairy lies