O outro lado do reveillon...

E aí pessoal, tudo tranquilo? Ainda bem que, aos poucos, o povo está voltando a escrever. Adorei reler e saber das notícias do du surf, do encanado, do aventureiro, do gabriel e do luciano. Ainda estou com saudades de outros (viu jaleco e marcelo?), mas esperemos.

Como eu disse no post anterior queria colocar pra vocês uma coisa que me incomodou no reveillon. Talvez pelo fato deu ter tido uma visão equivocada – e até preconceituosa, talvez – da história. O quê que rolou?

Bom, geralmente as festas de final de ano e principalmente a da virada deixa a gente um tanto histérico, querendo comemorar tudo, acreditar que venham coisas boas e – de modo exagerado – colocar pra debaixo do tapete coisas não resolvidas do ano anterior. Foi o que fiz. Estava cheíssimo de problemas (profissionais e financeiros, principalmente), mas naquele dia não queria pensar em nada disso. Queria naquela festa deixar em suspenso tudo aquilo que me incomodava (e ainda incomoda!), o que até aqui, não vejo nada demais. O problema é que – na ânsia de querer colocar todos os problemas pra debaixo do tapete – muitas vezes trocamos os pés pelas mãos. Traduzindo, somando os problemas aos quais falei a uma solidão que parece cada dia mais real (ainda que não tão alimentada) fui para a festa de reveillon com a ânsia de “soltar a franga”: uma equação nada boa.

E por “soltar a franga” quero dizer, beijar muito, tirar um sarro, ficar com alguém. Isso não seria nada mal caso não fosse uma maneira de me alienar, me fragmentar, me iludir. Ou seja, poderia ter feito isso na boa se não fosse um modo de escamotear minha solidão e os problemas pelos quais estou passando. E aí fiquei numa de querer encontrar alguém a todo custo pra ficar, beijar, tirar um bom sarro, como se isso fosse alguma solução – ainda que momentânea – para tudo o que se passava. Tudo errado.

E o pior é que nessas horas as coisas não acontecem e você se dá conta de que o problema é bem mais grave do que você pensava. O que aconteceu: não fiquei com ninguém, não beijei ninguém (só uma doidinha que saiu do banheiro querendo beijar o primeiro que encontrasse), enfim, não rolou nada. E o pior que eu tinha criado uma grande expectativa nesse reveillon, principalmente pelo fato de estar num lugar favorável para que isso acontecesse, pelo menos na minha visão equivocada.

Esse foi um dos equívocos aos quais me referia no início do texto. Por achar que a boate era gls, que tinha muitos carinhas e que rolava de tudo, achei que não existiria a possibilidade de ficar só. Ledo engano! Talvez tenha sido uma visão até preconceituosa de minha parte achando que por estar num lugar gls todo mundo ficaria com todo mundo. Bobeira! Isso até rola, mas não do jeito que eu imaginava.

Mas vi muita pegação por lá também, algumas bem perigosas, inclusive (o povo insiste em fazer sexo sem camisinha, aff!). Outra coisa que senti e que me incomodou foi que a pegação até rola, mas só se você é sarado e coisa e tal. Como eu não sou, não tive chances. Essa coisa do mundo fashion às vezes me irrita. E quando falo do mundo fashion não me refiro especificamente ao mundo gls. É muito mais abrangente que ele, apesar de estar nele muito presente.

Saí do reveillon reflexivo, um tanto chateado também. Mas olhando pelo lado positivo, foi bom ter noção, ter contato com este meu lado pra saber até que ponto dou conta das minhas neuras; pra ver o tamanho da minha solidão e o quanto a gente é condicionado a responder de modo tão simplista a essas coisas.

Mas não quero dizer que foi uma virada péssima não. Como viram no post anterior, me diverti muito também. Dancei muito, uma coisa que adoro e que há muito não fazia.

Comentem, opinem. Preciso ouví-los!

Abração pra todos.